O
professor e astrônomo Cláudio Benevides Pamplona, de elevado nível
intelectual, possuía uma das mais extraordinárias mentes no estudo
da Astronomia e ciências correlatas, era um exímio observador e
pesquisador dos fenômenos celestes com trabalhos observacionais que
recebiam elogios dos maiores astrônomos de sua época.
Nasceu
no dia 23 de dezembro de 1942, na cidade de Fortaleza, Ceará. Filho
do médico Carlos Ribeiro Pamplona e de Miriam Benevides Pamplona.
Pai de Carlos Ribeiro Pamplona Neto, nascido do primeiro matrimônio.
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal
do Ceará e com cursos de Astronomia e Climatologia pela Universidade
Estadual do Ceará.
Fundou
e Dirigiu o Observatório Astronômico Herschel-Einstein, em 10 de
outubro de 1965, sob a luz do cometa Ikeya-Seki, aonde veio dar
grandes contribuições à Astronomia brasileira e mundial juntamente
com sua amada esposa Iolanda Siqueira Pamplona, que coordena os
trabalhos no OAHE.
Em
sua trajetória na pesquisa e divulgação científica, participou de
entidades astronômicas nacionais onde foi presidente, diretor e
sócio Honorário da Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia.
Membro fundador e ex-secretário geral da união Brasileira de
Astronomia (UBA), da qual foi consultor científico da comissão de
cometas. Membro titular da Société Astronomique de France (SAF).
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Claudio Benevides Pamplona (23/12/1942 - 01/07/2013) |
Foi
observador meteorológico da Fundação Cearense de Meteorologia e
Chuvas Artificiais, a atual FUNCEME.
Professor
de Geografia Astronômica e Cosmografia, Meteorologia e Climatologia
do Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do
Ceará.
Colaborou
com a NASA e com o Instituto Smithsonian (Washington D.C. – Estados
Unidos da América), durante as missões do projeto Apolo, com vários
registros de Fenômenos Lunares Transitórios, os TLPs sobre a
superfície lunar, com registros nos arquivos do Smithsonian.
Participou
do GATE (GARP Atlantic Tropical Experiment – Experimento do
Atlântico Tropical) a bordo do navio oceanográfico Almirante
Saldanha, em setembro de 1974, para o GARP (Programa Global de
Pesquisa Atmosférica). Recebendo condecoração em 2011.
Foi
assessor do Instituto Brasileiro de Estudos Antárticos – IBEA.
Com
mente aberta, foi um dos maiores astrônomos brasileiros a defender
abertamente o estudo científico dos Objetos Voadores Não
Identificados. Proferiu palestra no I Fórum Mundial de Ufologia, em
Brasília, a 13 de dezembro de 1997, onde foi um dos destaques.
Um
dos precursores na fundação do Observatório Oto de Alencar, na
Universidade Estadual do Ceará (UECE).
Realizou
inúmeras palestras e conferências sobre Astronomia e Climatologia.
Participou de vários congressos e encontros de Astronomia, entre
outros, o da União Brasileira de Astronomia, da Sociedade Brasileira
dos Amigos da Astronomia e da Liga Ibero-Americana de Astronomia.
Recebeu
comendas, tais como a de Amigo da FUNCEME, em 20 de setembro de 2002.
Autor
de centenas de artigos, publicados em jornais, revistas e boletins
científicos, nacionais e internacionais, dentre os quais se
destacam: a Coluna COSMOS, que publicou semanalmente na “Tribuna do
Ceará”, e depois no jornal “O Povo”, entre dezembro de 1973 e
dezembro de 1978; Tempo e Voo – Meteorologia e Aeronáutica, 1972;
As Plêiades e as Hyades, 1985 – em parceria com Iolanda Pamplona;
Temas Astronômicos, 1981 – em coautoria e Os Cometas através dos
tempos (Cronologia Cometária) – pela UECE e BNB, 1985.
Veio a falecer às 17h 15 min
do dia 01 de julho de 2013, após uma parada cardiorrespiratória
irreversível. Está sepultado no Cemitério Jardim Metropolitano em
Fortaleza.
Cláudio manteve contato com
cientistas de diversas nacionalidades os quais vinham visita-lo em
sua residência, ou mantinham correspondências sobre a Astronomia e
Climatologia, dentre outras ciências relacionadas. Com uma vasta
biblioteca com cerca de três mil títulos, maquetes didáticas, uma
coleção de meteoritos e arquivos de fotos e filmagens, registros de
pesquisas que realizava com seus inseparáveis telescópios, como os
refratores Denkar e Yamatar, ou o refletor de 320 mm, o 14-Bis, vai
deixar saudades pelas cultas e belas noites de observações
astronômicas com a Iolanda e todas as equipes de jovens curiosos e
estudiosos, que passaram pelo Observatório em sua companhia a
aprender técnicas de observação e a se transformarem em
pesquisadores competentes em seus ofícios.
A Astronomia ficou órfã com
sua partida, pois o Cláudio foi um grande pai para todos aqueles que
buscavam o conhecimento do Céu. Um dos maiores incentivadores da
Ciência com uma incansável empolgação a receber estudantes e
curiosos, ávidos por conhecerem os mistérios do Cosmos. De espírito
acolhedor, tinha o maior prazer em passar o seu conhecimento sobre o
universo. Disse certa vez: “quanto mais a gente aprende, mais
entende que há muito a aprender”.
Pelo seu amor e respeito pela
ciência, que pulsava em suas veias, e seu exemplo de ser humano,
Cláudio viverá por muito tempo nas mentes e corações de todos
aqueles que tiveram a honra de conhecê-lo e trocar ideias sobre as
mais diversas áreas do conhecimento. A observação do céu
continuará marcada pelos seus comentários e orientações,
imortalizada no mais distante pulsar que lembrará a vibração dos
pioneiros da observação do Céu dentre os quais brilha com certeza
mais uma grande alma. Da exploração do infinito, grande amigo, você
alcançou a sua tão sonhada eternidade!
Do amigo Heliomárzio.